*Por Kennedy Alencar, colunista da Folha,
da CBN e da Rede TV!
Bom estrategista, ele já trabalha nos bastidores para que a maioria dos ministros negue a procedência de um provável recurso dos advogados da defesa para que ocorra um novo julgamento. A coisa tem o nome esquisito de embargos infringentes.
Traduzindo: se houver quatro votos pela
sua absolvição, um réu poderá pedir um novo julgamento. Ayres Britto articula
em conversas reservadas com colegas uma posição política clara para que votem
pela improcedência desse eventual recurso.
O presidente do STF diz aos pares que o
processo tramitou durante cinco anos na corte, tempo em que foi feita a chamada
instrução sob o rigor do devido processo legal. Lembra que Barbosa e
Lewandowski realizaram trabalhos detalhados de relatoria e revisão. Afirma que
todos os 11 ministros conhecem bem o caso e que estão preparados para dar
sentenças justas e bem fundamentadas. E, por último, argumenta que a imagem do
Judiciário ficará manchada se acontecer um novo julgamento do caso.
Na avaliação do presidente do Supremo, um
novo julgamento ocorreria provavelmente sem três dos atuais ministros. Ele e
Cezar Peluso se aposentam neste ano. Celso de Mello cogita sair de cena no
começo de 2013.Se tiver sucesso na empreitada, a atual composição do Supremo entraria para a história como a que deu o veredito sobre o mensalão. Seria o julgamento bala de prata, como disse o advogado Márcio Thomaz Bastos em sua sustentação oral.
Pessoas como Ayres Brito e Joaquim Barbosa mantém minha crença que este estado pútrido de coisas e pessoas vai acabar...Eles são heróis...
Essa história de dar uma resposta enérgica à sociedade me cheira a condenação sumária, sem nenhuma consideração ao aspecto técnico. Tem que inocentar quem não tiver provas e condenar quem tiver. Simples assim!
Soa estranha essa história de julgamento político. Se fosse para ser assim, o Congresso deveria julgar o caso e não o Supremo. Pelo que se sabe, a justiça é cega, pune culpados e inocenta não culpados. Já no julgamento político existem muitos interesses diferentes por trás, prós e contras.
*Kennedy Alencar escreve no da Folha site
às sextas. Na rádio CBN, é titular da coluna A Política Como Ela É, que vai ao
ar no Jornal da CBN às 8h55min de segunda a sexta. Na RedeTV!, apresenta os
programas É Notícia e Tema Quente.
NOTA DO BLOG: Mensalão = tentativa de
golpe para tirar Lula do poder em 2005, desencadeada pelo PSDB após denúncia delirante
do então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) depois de ser flagrado como líder
de um esquema de desvio de desvio de verbas dos Correios. A tentativa foi
abortada ante a reação petista e a possibilidade de uma, digamos, violenta
resistência da população.
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