Procurado por
vários funcionários do setor de confecção, o servidor municipal Antônio Carlos
Aparecido dos Santos, o Carlinhos, decidiu assumir a condição de líder e bater
de frente com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Confecções de
Roupas em Geral de Fartura e Taguaí (Siticonfare) para cobrar de seus diretores
uma explicação sobre o que está sendo feito com o dinheiro arrecadado dos
filiados com desconto na folha de pagamento.
Trata-se de uma
clara reação ao movimento do Siticonfare para fazer cumprir acordo do dissídio
coletivo da categoria, que prevê recomposição salarial da ordem de 9% aos
funcionários. Assim o piso, considerado o mais baixo da categoria, passaria de
R$ 753,00 para R$ 821,00, segundo o presidente Joserlei Custódio Gonçalves –
Santão.
As empresas mais
estruturadas estão cumprindo o acordo, mas as menores não. Seus proprietários
alegam que o cumprimento do dissídio pode quebrar essas empresas e prejudicar
os funcionários.
Carlinhos diz não é
contra o reajuste salarial, pelo contrário, é a favor, mas organizou
manifestações contra o Siticonfare, com destruição de panfletos animada por
carro de som em frente às fábricas de Taguaí e Fartura, com o argumento de que
os trabalhadores sindicalizados não recebem nenhum benefício em troca da
mensalidade paga pontualmente.
“Pra onde está indo
esse montão de dinheiro, porque não é divulgado o que é feito com ele”, cobra
Carlinhos, citando uma arrecadação de R$ 84 mil mensais, como exemplo. O
movimento dissidente quer saber ainda por que as consultas médicas demoram
tanto para ser pagas, porque trocar o vale alimentação por cesta de alimentos e
por que a sede social e esportiva ainda não foi construída?
Por fim, questiona
por que são as mesmas pessoas que dirigem o Siticonfare há mais de 20 anos.
Deixa no ar falta de transparência na convocação das eleições e conclama a
categoria a lutar por transparência e pela eleição de uma nova diretoria.
O presidente Joserlei
Custódio rebate dizendo que a questão dos panfletos não é coisa de trabalhador,
que ganha pouco e reclama mais dignidade no ambiente de trabalho. “Está se
passando essas reclamações em nome dos trabalhadores, mas isso não é coisa de
trabalhador, está mais para coisa de patrão”, analisa Santão, citando como
exemplos luta o fornecimento de cadeiras e áreas de refeição adequadas.
Ainda conforme o
presidente, o dinheiro das consultas é reembolsado de acordo com a programação
financeira, porque o Sindicato não fica com dinheiro em caixa. Outro problema é
que as empresas não aceitam certos atestados médicos. Com relação à sede social
e esportiva, sua construção está em negociação. “O Sindicato sempre esteve
aberto, as decisões são tomadas em conjunto, ouvindo a categoria. Que os
trabalhadores fiquem tranquilos, porque a luta só começou e enquanto Santão estiver
à frente do Sindicato, não vamos abaixar a cabeça pra patrão nenhum”, avisa o
presidente.
PELEGUISMO – no meio
sindical pelego é o dirigente que aparentemente trabalha contra os interesses
dos trabalhadores.
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