terça-feira, 22 de abril de 2014

EPISÓDIO DO ÔNIBUS QUE PEGOU FOGO VIRA CASO DE POLÍCIA


“Se ouve falsificação de assinatura é crime, é caso de polícia”, observou o vereador tucano Luciano Filé durante a discussão do relatório da CPI, que acabou arquivado, apesar das graves irregularidades detectadas. E não é que acabou virando mesmo um caso de polícia?
 
A Delegacia Seccional de Avaré instaurou inquérito policial para apurar denúncia de falsificação de assinatura no processo licitatório que teria culminado no aluguel de um ônibus que pegou cheio de pacientes que retornava do Hospital de Clínicas da Unesp, em Rubião Júnior Botucatu.
A Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) da Câmara Municipal de Fartura que apurou o caso constatou que o processo licitatório foi montado depois do fato ocorrido, na tentativa de regularizar uma situação completamente irregular e surrealista.
Constatou também que nessa ação desesperada houve até falsificação de assinatura. Foi aí que a Delegacia Seccional entrou no caso. Ela foi acionada pela DelPol farturense para a realização de exame grafotécnico destinado a comprovar a veracidade ou a falsidade da assinatura.
Chamado para depor em Avaré, o empresário Paulo Venâncio de Oliveira, sócio da concessionária Unifica, de onde o ônibus saiu para a fatídica viagem, reafirmou que a assinatura na suposta proposta de empresa não era dele.
Ao comparar visualmente a assinatura da suposta proposta apresentada pela Unifica com as assinaturas feitas pelo empresário para servir de base para o exame, o delegado Sérgio Lemos teria comentado que se tratava de uma falsificação grosseira.
E mais: o empresário entregou ao delegado cópia de gravações das conversas mantidas com os representantes da Prefeitura escalados para montar o processo licitatório fictício, que lhe pediram documentos com datas retroativas.
Apesar de não servir como prova, a gravação indicou outro crime, mais grave ainda, que também passou a ser investigado pela Seccional de Polícia. O prefeito Tinho Bortotti Foi convocado e prestou depoimento dizendo não saber de nada, não ter conhecimento de nada irregular. O vice-prefeito Pedro do Posto e a funcionária terceirizada Maria Etiene também já depuseram, como participantes das conversas gravadas.
Para ampliar sua base de investigação, o delegado Sérgio Lemos requisitou à presidência da Câmara Municipal uma cópia do processo conduzido pela CPI, entregue na última quinta-feira. Dependendo do que for apurado, o inquérito será encaminhado para as devidas providências do Ministério Público.
Aliás, o fato já é de conhecimento da promotoria. Consta que a organização Olho Vivo também ingressou com ação de improbidade junto ao Ministério Público, com base no parecer da CPI.

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