quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

OPINIÃO – RESISTÊNCIA À IMPLANTAÇÃO DO SAMU 192

*Por Tadeu de Oliveira, analista político

“Dependendo do valor a ser gasto pelo meu município, vou devolver a ambulância, porque será um gasto muito caro por um serviço que já prestamos”, argumentou o prefeito taquaritubense Miderson Milléo (PSDB) numa recente reunião do Consórcio Intermunicipal do Alto Vale do Paranapanema – Amvapa.
Ele estava se referindo à ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que o Governo Federal está destinando a alguns municípios da região Sudoeste do Estado para a implantação do Samu Jurumirim.
Miderson, assim como outros prefeitos da região, principalmente os tucanos, entendem que o funcionamento do Samu 192 ainda não está bem explicado e do jeito que foi colocado até agora, vai significar gastos extras para as já apertadas contas municipais. O prefeito de Taquarituba, que por sinal é médico, citou como exemplo a transferência entre hospitais de doentes com risco de morte, que não poderia ser feita com ambulância do Samu.
Mas, ao que se sabe, onde foi implantado o Samu 192 está funcionando a contento. E desafogando o atendimento realmente emergencial nas unidades municipais de pronto atendimento à saúde, porque muita coisa até então a cargo do Pronto Socorro está sendo feita pelo novo programa.
Acionado gratuitamente pelo telefone 192, o Samu, atende o usuário na residência, na via pública, no local de trabalho, no lazer ou em outro local onde se encontre no momento da urgência médica. Eis algumas situações em que o Samu 192 não só pode, mas deve ser acionado: ocorrência de problemas cardiorrespiratórios, intoxicação, queimaduras graves, ocorrência de maus tratos, trabalhos de parto onde haja risco de morte da mãe ou do feto, tentativas de suicídio, crises de hipertensão arterial, afogamentos, choque elétrico, acidentes com produtos perigosos, ataque de abelhas, picada de cobra, aranha ou escorpião e quando houver acidentes ou trauma com vítimas, entre muitas outras situações, até mesmo transferência entre hospitais de doentes com risco de morte.
No entanto, os prefeitos da Amvapa têm até uma certa razão em resistir enquanto tudo não for bem explicado e esclarecido, porque, se mal negociado, pode sim significar despesa extra para a Prefeitura. Se for bem costurado e implantado com sabedoria, pode desafogar o serviço de Pronto Socorro, como já foi dito.
Até porque o Estado de São Paulo, quando administrado por José Serra, ministro da saúde no governo federal demo-tucano, não aderiu ao Samu. Com isso as prefeituras paulistas ficam sobrecarregadas, porque o programa prevê 50% do custeio pelo Governo Federal, 25% pelo Governo do Estado e 25% pela Prefeitura Municipal.
Uma picuinha boba, se for levado em conta que alguns minutos podem fazer a diferença entre a vida e a morte!

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